Imagine se não tivéssemos um nome. No
meio de milhões de outras pessoas, como seríamos diferenciados? A importância
dessa palavra levou muitos linguistas e antropólogos a acreditar que a escrita
foi fonetizada por causa dos nomes próprios, uma vez que os pictogramas não
davam conta de codificá-los e registrar a diversidade de indivíduos. Atualmente, é difícil conceber uma sociedade
que não utiliza o nome próprio para registrar a diferença – e, por conseguinte, a identidade – de cada membro.
Diante disso, como pensar, então, numa forma mais significativa para dar
início à alfabetização escolar?
Foram as descobertas sobre a origem e
o desenvolvimento da escrita, conhecidos como psicogênese que evidenciaram os
processos de aprendizado das crianças e questionaram os métodos tradicionais de
alfabetização, baseados na cópia de famílias silábicas (ba,be,bi,bo,bu) Com
base nos estudos da pesquisadora argentina, a criança se tornou protagonista
da própria aprendizagem. Desafiada pelas atividades e pelas intervenções do
professor, a criança investiga, testa ideias, repensa, corrige. Aos poucos, se
apropria do sistema de escrita.
Na etapa inicial de alfabetização, o papel do professor é ampliar, de
maneira significativa, a inserção das crianças no universo da escrita, com o
qual elas já têm contato por meio de, por exemplo, cartazes que veem na rua, da
televisão e das listas de compras que seus pais fazem. “Não podemos dizer que
se inicia o trabalho com nomes na Educação Infantil, mas que se dá continuidade
a esse processo de alfabetização, que já estava acontecendo no ambiente
familiar, de forma mais intencional e sistemática”, explica Andréa Luize,
coordenadora do Núcleo de Práticas de Linguagem da Escola da Vila, em São
Paulo. E nada melhor que uma palavra estável – não importa onde a criança veja
seu nome, ele sempre estará escrito do mesmo
jeito – para começar esse trabalho.
Na realidade da sala de
aula, como utilizar essa palavra cheia de sentido?
Beatriz
Gouveia, coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá e professora da
pós-graduação em Alfabetização do Instituto Superior Vera Cruz, diz que o
trabalho com os nomes próprios deve ter objetivos de aprendizagem diferentes,
de acordo com a faixa etária dos alunos. “Nas turmas de 2 e 3 anos, por
exemplo, a preocupação é fazer com que a criança reflita sobre as marcações dos
pertences e sobre a sua identidade”, explica. Assim, ela se enxerga como um ser
distinto dos outros que a rodeiam.
Já
nas turmas de 4 e 5 anos, o nome passa a ser um contexto para a reflexão sobre
o próprio sistema de escrita. À medida que vão se apropriando do sistema e
percebendo suas regularidades, como quantidade e disposição das letras e
combinação dos sons, os pequenos passam a utilizar esses conhecimentos
adquiridos para descobrir e escrever novas palavras. “O nome próprio será um
referencial importantíssimo para a leitura e escrita de outros textos e é o
professor que propõe às crianças recorrer a essas fontes de informação para que
resolvam um problema”, diz Diana Grunfeld, especialista em didática da
alfabetização e membro da equipe de coordenação da Rede Latino-americana de
Alfabetização
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Recomendo também este livro de Ruth Rocha que conta a
história de um menino que está começando nesse mundo da escrita e leitura,
conhecendo letras e identificando em lugares fora da escola.
Olá Poliana!Este livro é maravilhoso,parabéns pela dica.
ResponderExcluirTenha uma ótima semana.
Beijos.
Também gosto muito dele. Obrigada pela visita, uma ótima semana pra você também !
ExcluirBeijos <3
Muito interessante o seu post, e adorei a indicação do livro :D
ResponderExcluirhttp://www.sweetexpected.com.br/
Obrigada linda !
ExcluirBeijos <3