24 de fevereiro de 2016

Os desafios da carreira docente - Condições de trabalho

Fonte: Sintern.org.br

Para que os professores possam construir uma prática sólida nas escolas, é fundamental que conheçam bem os alunos e aproveitem os encontros de formação para trocar informações com os pares sobre o fazer pedagógico, a evolução das turmas e a gestão da sala de aula. "As péssimas condições de trabalho desvirtuam a profissão. Os docentes passam mais tempo indo de uma escola para a outra do que se dedicando aos estudos e à formação profissional", afirma Maria Amábile.

A falta de tempo para planejar aulas e a necessidade de lecionar em mais de uma instituição é certamente uma das principais reclamações dos educadores (veja o gráfico abaixo).

Quantos turnos o professor trabalha?

Os desafios da carreira docente
Fonte Censo Escolar 2013
A ela soma-se a ausência de infraestrutura básica e apoio da gestão para o desenvolvimento das aulas. "Muitos professores não têm materiais na escola para as aulas práticas com seus alunos. Às vezes, precisam tirar dinheiro do bolso para desenvolver uma atividade", conta o professor Elson Rocha na enquete de NOVA ESCOLA. 

A afirmação está em linha com o estudo Uma Escala para Medir a Infraestrutura Escolar. Segundo ele, 84,5% das escolas brasileiras têm uma estrutura elementar ou básica. Isso significa que possuem apenas água, banheiro, energia, esgoto, cozinha e computadores. Só 0,6% conta com a estrutura completa: biblioteca, quadra, laboratório de Ciências e de informática. O primeiro passo para garantir condições de trabalho ao docente é entender o que isso significa efetivamente. 

Um bom parâmetro é o Custo Aluno Qualidade (CAQ), apresentado na estratégia 20.7 do PNE. Trata-se de um indicador que mostra quanto é preciso investir na qualificação e na remuneração de professores e demais profissionais da Educação pública, na compra, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao ensino e na aquisição de material didático, alimentação e transporte escolar. Essa estratégia está aprovada. É preciso agora quantificá-la.
"Quando falta estrutura, os docentes tornam-se máquinas de dar aulas, sem ter condições de refletir sobre uma prática pedagógica que faça sentido." 
Maria Amábile Mansutti, coordenadora técnica do Cenpec 
Fonte: revistaescola.abril.com

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